Meta é atingir o público jovem, grupo que apresentou taxa de detecção do vírus HIV 41% maior em 11 anos
Para disseminar informações sobre prevenção de infecções sexualmente transmissíveis, como HIV e Aids, o Ministério da Saúde firmou uma parceira com os desenvolvedores do aplicativo de encontros “Hornet”, que tem mais de um milhão de usuários.
A parceria faz parte da campanha da pasta intitulada “Close Certo”, que vai circular durante os Jogos Olímpicos. O projeto foi lançado nesta sexta-feira (29) e também foi apoiado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
No período de 1º de agosto a 18 de setembro, colaboradores capacitados pelo Ministério da Saúde vão passar, aos usuários do aplicativo, informações sobre prevenção, diagnóstico, acesso à Profilaxia Pós-Exposição de Risco para Infecção pelo HIV e tratamento de HIV/Aids.
Close certo
No projeto, 18 jovens promotores de saúde, sendo três tutores e 15 colaboradores, já usuários do Hornet, terão seus perfis sinalizados com a marca do projeto Close Certo e com um laço azul, que indicará aos usuários do aplicativo que eles são voluntários participantes do Close Certo.
Quando procurados, os colaboradores, supervisionados pelos tutores e equipe técnica do Ministério da Saúde, vão tirar dúvidas e compartilhar informações em relação à prevenção e ao tratamento do HIV, Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis.
Os promotores receberão material de apoio para desenvolvimento das atividades. O laço azul, que sinalizará o perfil dos colaboradores, é símbolo da iniciativa global Blue Ribbon Boys, adotada por vários outros países. Para tornar público o projeto no aplicativo, o Hornet encaminhará quatro mensagens inbox a todos os usuários, informando sobre a ação e com conteúdo de prevenção do Ministério da Saúde.
“A proposta do projeto é levar informação confiável e acessível a todos aqueles que navegam no aplicativo Hornet. Como a média de idade da população do aplicativo no Brasil é de 25 anos, estaremos atingindo o público jovem, gay e de homens que fazem sexo com homens – uma das populações-chave em nossas ações de prevenção”, explica a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken.
A diretora ressaltou ainda que o uso de novas tecnologias é uma maneira de atingir essa geração de jovens, principalmente em um país como o Brasil, que já conta com cerca de 276 milhões de celulares.
O secretário substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Alexandre Santos, disse que a iniciativa é fruto de parceria com custo zero. “O projeto piloto, além do amplo alcance e de inovar na abordagem dessa população, que é muito vulnerável ao HIV, Aids e às infecções sexualmente transmissíveis, não trará nenhum custo à pasta”, destacou.
Índices da Aids
Nos últimos 10 anos, a epidemia tem avançado entre o público jovem. Relatório recente da Unaids e a publicação HIV Lancet, divulgados durante a Conferência Internacional de Aids em Durban, na África do Sul, em julho deste ano, apontam que casos de infecção pelo HIV ainda estão aumentando e o número de infecções entre os mais jovens é expressivo em todo o mundo.
Em 2004, a taxa de detecção entre jovens de 15 a 24 anos foi de 9,5 casos por 100 mil habitantes, com 3.419 casos notificados. Em 2014, foram 4.669 casos notificados, o que representa uma taxa de detecção de 13,4 casos por 100 mil habitantes. Isso representa um crescimento de 41% em onze anos. Na população geral, a taxa de detecção em 2014 é de 19,7 casos a cada 100 mil habitantes.
Ações de prevenção
Para o enfrentamento da epidemia nessa população, o Ministério da Saúde tem desenvolvido projetos, como o “Viva Melhor Sabendo”, realizado em âmbito nacional em colaboração com mais de 50 ONGs, com testagem para essas infecções. Até agora, mais de 72 mil participantes foram testados pelo projeto.
Além disso, em 2015, foi publicado o Novo Protocolo Clínico de Diretrizes (PCDT) de Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição de Risco para Infecção pelo HIV (PEP), que simplificou a prescrição e aumentou o acesso do público a essa estratégia de prevenção.
A PEP é um procedimento de prevenção para as pessoas que tiveram exposição ao vírus do HIV. Os medicamentos devem ser usados em até 72 horas após a exposição ao vírus. O ideal é o uso nas primeiras duas horas.
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde